Conheço pessoas incríveis por acaso


Conheço pessoas incríveis por acaso. De forma inesperada, despretensiosa, sem querer... Tanto faz, chame como quiser, eu chamo de acaso. O acaso tem me apresentado às melhores pessoas da minha vida. Lembro que, aos 14 anos, sem querer, no meio do ano letivo, ela entrou para a minha turma e, mais sem querer ainda, sentou do meu lado. Foi a melhor amiga que pude ter em toda minha adolescência. Achávamos que fazíamos quase tudo escondido, mas nossos pais sabiam sempre. Às vezes, nosso programa era, simplesmente, passar o dia no shopping fazendo absolutamente nada. Era bom, bom demais.

Foi por acaso também que, indo encontrar essa mesma amiga em uma sorveteria, conheci um dos meus grandes amores. Amor bom é história que fica pra sempre. Então, posso dizer que foi um dos mais bonitos amores da minha vida. Como sou nova, espero ter mais uns três desses. Lembro que ele perguntou o que eu queria fazer na faculdade, riu das minhas bobagens e me acompanhou até em casa. Assim, de ônibus mesmo - coisa que me era inédita, na época. É, só o acaso para me fazer conhecer pessoas assim.

No primeiro dia de trabalho do meu primeiro emprego, estava ainda tímida e um pouco impulsiva, recém saída da universidade, encontrei-a logo na sala ao lado. Ela estava lá como se me esperasse todo esse tempo pra contar sobre os livros que leu, as piadas da sua prima, os amores e os desamores que, volta e meia, entristeciam seu coração. Mal sabia eu quão parecidas éramos (ou seríamos) e ainda somos. E, bom, quão diferente, também, podemos ser.

Ah, o acaso... Dia desses, o acaso me presenteou com uma surpresa. Sutil como a brisa repentina num dia quente. E era você, bonito. Sorrindo, logo ali. Você e seu violão, que insistia em cantar as mais lindas canções de amor. Admito, o acaso foi meu, ou melhor, a culpa foi minha: não notei que as cantava todas para mim.

"Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração, quando fala comigo, quando eu sei ouvir" (R. Amarante)