Festas infinitas

foto: Juane Vaillant



Então é isso. Vou fechar os olhos.
Vou rodar, irei dançar, eu irei. E não vou me importar, por alguns segundos. E nesse meio tempo, enorme, infinito e mínimo, alguém irá aparecer. E eu vou cair. Exatamente como caí tantas vezes. E vou deixar, subir a mão, baixar a voz.
E esquecer, sim.
E vou gostar, mas por um minuto. Um ou dois, ele será você. Ou irá servir para você enxergar, por de trás do muro, por de trás da áurea que você criou. Em torno de si. De mim. E em algum momento alguém vai dizer, dizer coisas que eu quis ouvir. Mas eu não queria ouvir. Não assim.
Está claro como o Sol. Como o céu. Tentarei ser maior do que eu mais uma vez. E pensar primeiro em terceiros. E vou me culpar. Achar que outra pessoa, exatamente como eu, está pensando em quem está comigo. E certa vez alguém me disse, que amor não é amor sem pele. E que pele pode existir sem amor. Discordo. Discordo de todos. E eu vou chorar.
Por você.
Por pensar que isso, por algum motivo, te deixou mal. Amaldiçoando todas que tiveram a chance. Um mero relance. Deixaram passar. Pena. Muita pena. Pensar que por algum motivo bizarro, você pense que não é bom o bastante. E enquanto isso, continua se aproximando. Cada vez mais, do que eu chamo por ai de perfeição. E engolir em seco. E prender o choro. E embaçar o olho. Tremer os pés. Concentrar. Contar até três. Voltei. Abri os olhos. Um minuto se passou. Você ainda está lá.
Droga.