Pontos finais ou vírgulas

Foto: Isabella Mariano
Eu não escrevi nenhum poema quando te conheci. Pensei em usar isso como motivo. Afinal, escrever é o que mais amo fazer e o faço sem nenhum esforço. Como é que você não me inspirou o suficiente?

Bom, talvez, eu estivesse ocupada demais vivendo o que a gente tinha na época ou sei lá. Acontece que foram tantas coisas, tantas histórias, tantas pessoas envolvidas que fica complicado achar um motivo nessa altura do campeonato.

E é provável que, no fundo, você fique feliz ao me ver tomando essa iniciativa. A culpa será toda minha em terminar uma linda história de amor sem nenhuma razão. Você vai pensar isso, mesmo tendo plena convicção de que estava prestes a fazer o mesmo.

Pensando bem, seria um pouco perverso se você pensasse isso. Seria, enfim, a prova irrefutável de que o companheirismo haveria acabado entre nós. Mas isso nem aconteceu. Ou aconteceu? Talvez, acontecesse. Talvez, você fosse capaz.

Droga! Estar incerta sobre como você reagiria me faz deduzir o pior de você. Por quê? Não sei se quero deduzir o seu pior ou se, de fato, eu realmente acredito nessas possibilidades. Às vezes, eu acho que acredito e é aí que eu começo a pensar em uma justificativa para te deixar.

Mas, de repente, o meu telefone toca e, de novo, me pego te dando boa noite e dizendo 'eu te amo' mais uma vez. Meu Deus! Precisa ser simples. Não pode ser difícil, não entre nós. Seu olhar me acolheu e respeitou tantas vezes que eu preciso confiar que ele o fará novamente.

"Ei, meu bem. / Não, não foi nada é que / ... / A gente precisa conversar, te amo".

Ah, os finais. Eles acabam comigo.